Dando continuação ao post anterior, vou contar alguns dos pontos da minha personalidade que tendo não mostrar.
- Por vezes respondo mal às pessoas sem elas terem qualquer culpa. Depois fico sempre arrependido mas raramente peço desculpa, um pouco por falta de coragem, mas isso acaba por fazer de mim uma pessoa arrogante.
- Às vezes não percebo se leio por prazer ou se o faço apenas para acompanhar conversas culturais transmitindo uma boa imagem; convenço-me cada vez mais que a leitura é usada por mim como um filtro.
- Por vezes preciso de ajuda mas tenho dificuldade em pedi-lâ. Raramente chego a pedir na verdade.
- Fico doido quando alguém me estraga os planos. Isto consegue ser bastante mau, e faz de mim uma pessoa calculista.
- Sou frio e tenho problemas em controlar o sistema nervoso, e quando alguém me magoa muito eu digo: "Eu desculpo-te"...mas nunca mais consigo encarar essa pessoa da mesma forma. Um bom exemplo disso é, por exemplo, o facto de à mais de um ano que só digo "Ola" e "Adeus" ao meu pai. Não consigo ir além disso.
Consegue ser mesmo aliviante contar este tipo de coisas, acreditem. Tal como o barbeiro da história "O príncipe com orelhas de burro", se não contarmos estes pequenos segredos, quer seja a um carro, um buraco no chão ou um blog, isto acaba por tomar conta de nós e moldar as nossas atitudes a uma personalidade que dispensamos.
3 comentários:
Oi Zé!
Sabe nós mudamos tanto com o tempo...Eu não gostava muito da maneira como eu agia em outros tempos, guardava mágoas, sofria e sofria por não conseguir externar os meus sentimentos, nunca pedia desculpas. Confesso que ainda é um pouco difícil me desculpar, mas tenho me esforçado a cada dia nessa mudança.
Eu também tive muitos problemas com o meu pai, ele bebia, chegava altas horas da noite, fazia de nossas vidas um inferno! Eu não conversava com ele, sentia mágoa, ódio, rancor, e ao mesmo tempo sentia pena. Depois que me casei e o tempo foi passando, fui revendo tudo em minha vida, pensando sobre o comportamento das pessoas, sobre as minhas dores e rancores, e percebi muita coisa. Um dia, decidi aparecer no local onde meu pai estava trabalhando e quando ele me viu nem me reconheceu, foi até engraçado ele dizendo: _"Oi, tudo bem com a senhora?" Ele não esperava.
Aprendi a pensar que as pessoas, muitas vezes, não tem a noção do mal que podem estar causando às outras, ou que suas prioridades e conceitos são tão diferentes, que estas sequer podem imaginar o que nos é valioso.
Antes eu não chorava, não perdoava, não me desculpava, não procurava entender e me achava entededora de tudo. Hoje eu procuro ver sempre todos os lados e procura viver em paz, por que a nossa estadia é curtissima. Não quero mais rancores.
Não sei se isso que estou falando tem a ver com você, apenas me fez lembrar de mim mesma em outras épocas. Não é vergonha confessar os erros. Aliás, detesto pessoas que parecem ser sempre boas e perfeitas.
Espero que fique bem.
Beijos
Oi Zé!
Sabe nós mudamos tanto com o tempo...Eu não gostava muito da maneira como eu agia em outros tempos, guardava mágoas, sofria e sofria por não conseguir externar os meus sentimentos, nunca pedia desculpas. Confesso que ainda é um pouco difícil me desculpar, mas tenho me esforçado a cada dia nessa mudança.
Eu também tive muitos problemas com o meu pai, ele bebia, chegava altas horas da noite, fazia de nossas vidas um inferno! Eu não conversava com ele, sentia mágoa, ódio, rancor, e ao mesmo tempo sentia pena. Depois que me casei e o tempo foi passando, fui revendo tudo em minha vida, pensando sobre o comportamento das pessoas, sobre as minhas dores e rancores, e percebi muita coisa. Um dia, decidi aparecer no local onde meu pai estava trabalhando e quando ele me viu nem me reconheceu, foi até engraçado ele dizendo: _"Oi, tudo bem com a senhora?" Ele não esperava.
Aprendi a pensar que as pessoas, muitas vezes, não tem a noção do mal que podem estar causando às outras, ou que suas prioridades e conceitos são tão diferentes, que estas sequer podem imaginar o que nos é valioso.
Antes eu não chorava, não perdoava, não me desculpava, não procurava entender e me achava entededora de tudo. Hoje eu procuro ver sempre todos os lados e procura viver em paz, por que a nossa estadia é curtissima. Não quero mais rancores.
Não sei se isso que estou falando tem a ver com você, apenas me fez lembrar de mim mesma em outras épocas. Não é vergonha confessar os erros. Aliás, detesto pessoas que parecem ser sempre boas e perfeitas.
Espero que fique bem.
Beijos
Ola Lu...
Muito obrigado por este comentário, as tuas palavras foram muito importantes. Mesmo muito.
O problema do meu pai acaba por ser mesmo um problema de prioridade em que a família fica sempre em último lugar. Antes tentava modifiicar isso, agora percebi que há coisas que nunca mudam, e simplesmente ignoro. O facto de eu dizer "desculpo" mas depois agir da forma que ajo não sei se pode considerar-se um pedido de desculpas, porque quando alguém desculpa, manda o assunto para trás das costas, eu fico ali a remoer.
Foi estranho ler isso do teu pai não te ter conhecido. Deve ter doído :S....mas tal como referiste e bem, apercebo-me cada vez mais que temos naturezas e interpretações completamente diferentes, e não existe um padrão para o bem e o mal em cada um de nós, muito pelo contrário.
Admiro a forma como encaraste os altos e baixos da tua vida. Espero um dia encarar assim os meus. Mas a sensação com que fico é que estou a projectar um estilo de vida que é uma autêntica fuga aos problemas, não chegando a encará-los e a lidar com eles.
Vamos ver como no futuro isto se resolve.
Beijinho Lu, Obrigado por TUdo ;) *
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