quarta-feira, janeiro 13, 2010

Sou como um peão....


Se analisar a minha vida, ela faz-me lembrar uma sucessão alternada, do tipo (-1)^n, em que o expoente 'n' pertence ao conjunto dos números naturais; é assim que se processam os acontecimentos aleatórios (que de tão "batidos" que estão, quase que já descobri o algoritmo que decifra o meu futuro) da minha vida, a oscilar entre -1 e 1, a passar do mau para o bom e, posteriormente, novamente para o mau, neste circulo vicioso, com um pulso frequente de uma unidade, que é nada mais nada menos que um pensamento.
Por vezes penso que tenho uma vida fantástica: tenho liberdade, carro, uma familia unida, a oportunidade de seguir estudos, tenho uma amiga daquelas que valem mesmo a pena ter, daquelas que quase ninguem tem....contudo, o expoente 'n' nao é sempre um número par, e quando oscila para um número impar, o sinal da minha base insiste em manter o irritante '-' atrás, e aí sim vêem as coisas piores.
Ao comparar-me com um peão num tabuleiro de xadrez, encontro uma analogia perfeita para a minha pessoa; porquê? o peão é a peça menos relevante do jogo; apesar de existir em maior quantidade, é a que menos preocupação dá ao atacante; temos a rainha, a peça mais forte do jogo, a soberba peça que todos temem, o rei, aquele que todos desejam alcançar, o bispo, que tem uma relativa boa liberdade de movimentos e consegue criar situações bem perigosas, as torres que são uma autêntica ameaça para qualquer jogador, e os cavalos que passam por cima de tudo; tudo importa, menos o peão; o peão anda para a frente, uma casa de cada vez, à excepção da sua primeira jogada, exactamente como eu; quando me lanço em qualquer matéria, saio a matar, e depois progrido cada vez menos;
Hoje notei que tenho perdido capacidades em áreas onde antes dava cartas, nomeadamente quando se trata de lidar com pessoas, e isto torna-se preocupante; ninguem dá pela minha presença, ninguem se importa com aquilo que faço porque faça eu o que fizer, há sempre uma quantidade de pessoas a faze-lo muito melhor do que eu; se calhar estão a pensar: eii mas oh zé, até um peão se pode tornar uma rainha, um cavalo, bispo ou torre, se chegar ao outro lado do tabuleiro; acontece que nunca na vida um peão lá chegaria sozinho, sem a ajuda da sua equipa, e a minha equipa está um tanto ou quanto desfalcada;
o que me safa é pensar que num jogo, cada equipa tem dois cavalos, duas torres e dois bispos, um rei e uma rainha, mas existem oito peões; conclusão, provavelmente existe muito boa gente na mesma situação que eu me encontro....

3 comentários:

Rock_Lover^^ disse...

Ora algo que fazes bem pa alem de comer e beber :D
escreves muito bem sim senhor
gostei
bjus

Molly disse...

concordei com a tua visão final das coisas. mas lembra-te que não és apenas "mais um". para mim és especial *.* e muito :D

José Oliveira disse...

thanks molly ;)

tenho grande apreço por ti, sabes disso, e escusado será dizer que a "amiga que quase ninguem tem" és tu ;)

**